quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Lançamento na SMUP: 'Parede - a terra e as suas gentes' de José Pires de Lima


A SMUP (Sociedade Musical União Paredense) acolhe amanhã o lançamento dos dois volumes de Parede, a terra e as suas gentes, escrito e organizado por José Pires de Lima, que ali vive desde 1945. A obra, que resultou de sete anos de pesquisa e mais de nove mil e oitocentas horas de trabalho, é um documento detalhado de umas das zonas mais nobres do concelho de Cascais, com cerca de 1500 páginas com fotos, documentos e relatos recolhidos pelo autor.

'Parede, a terra e as suas gentes'
José Pires de Lima, o autor de Parede, a terra e as suas gentes
As imagens e os textos guiam os leitores pela história local, pelos ilustres filhos da terra e várias gerações de paredenses que beneficiaram de décadas de convivência comum. Mesmo assim, José Pires de Lima garante que metade está por contar.
Este trabalho não teria sido possível sem a ajuda de todos os que prestaram a identificar caras e locais nas fotografias, a lembrar nomes e histórias que de outra forma teriam ficado esquecidos, observa o autor. Pouca gente sabe, por exemplo, que havia aqui três hospitais e treze médicos a exercer para uma população de mil e quinhentas pessoas.
Nomes como João de Deus, Raul Lino e Reinaldo dos Santos surgem na obra a par de outros menos conhecidos, mas igualmente recordados pela sua dedicação à Parede e à actividade que ali desenvolveram. Desportistas, médicos, artistas e gente comum, como o homem do café, a Maria dos Bolos e o banheiro que acompanhou gerações de banhistas, são igualmente mencionados neste extenso trabalho que merece uma leitura atenta.
A Parede nasceu pela mão de três oficiais da Marinha: o comandante Azevedo Gomes, o almirante Almeida d'Eça e  o almirante Nunes da Mata, que era amigo do rei D. Carlos e que ia para as regatas num carro puxado por cavalos, ainda a Marginal não existia, diz José Pires de Lima. Mas também há histórias dramáticas, como a de um pescador que veio de Sesimbra numa chata, com dois filhos. Conto tudo isso nestes dois livros, graças ao material que me deram.
Vinte e duas pens, um disco externo e documentos originais constituem o espólio reunido para a realização deste trabalho. Os livros vão estar disponíveis ao preço de custo (30 euros cada volume), suportado pelo autor. 
Embora seja uma obra de referência para o concelho, não colheu atenção especial por parte da autarquia.
Em Junho, por ocasião da celebração dos 650 anos do concelho de Cascais, falei com o presidente, Carlos Carreiras, que disse que a obra ia ser apoiada por ser de prestígio para Cascais, conta o autor. Nunca mais disse nada e só recentemente, por insistência de um dos meus sobrinhos, fui a uma entrevista com o Miguel Pinto Luz, que me disse que a Câmara ficaria com cem livros. 
O lançamento, amanhã, será entre amigos e gentes da Parede, na sede da mais antiga entidade da terra, a SMUP, fundada em 1899 e a funcionar há 115 anos.

As histórias da Parede levaram sete anos a compilar e a organizar.

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