sexta-feira, 24 de abril de 2015

OVNIs nos céus de Cascais

Fotomanipulação Cascais Magazine 2015 | 1980: OVNI sobre Cascais, avistado da esquina do Hotel Cidadela | Todos os direitos reservados
Quem se lembra do OVNI que visitou Cascais numa noite do verão de 1980? Foi há trinta e cinco anos, mas foi avistado por muitos. Alguns livros de estudiosos destes fenómenos e jornais locais da altura (A nossa Terra e Jornal da Costa do Sol) documentam o avistamento. Talvez seja possível encontrar os artigos nas colecções guardadas na Biblioteca Municipal ou nos arquivos dos jornais nacionais que também fizeram referência ao facto.
A imagem acima é uma reprodução feita através de uma manipulação de imagens, de um relato de três testemunhas que se encontravam na esquina do Hotel Cidadela quando depararam com um objecto oval, aparentemente incandescente e de grandes dimensões, que pairava sobre Cascais. 
Como noutros relatos do mesmo tipo, as testemunhas notaram a ausência de som, uma luz azulada que iluminava tudo e o objecto que se manteve por algum tempo no céu, disparando em seguida na direcção da baía e do mar, acabando por desaparecer completamente.
O Cascais Magazine gostava de receber os relatos de quem se lembra deste ou de outro OVNI que tenha cruzado os céus do concelho. Podem enviá-los para o email cascaismagazine@gmail.com, até ao final do mês.
O autor do melhor deles vai ter direito a um exemplar de A mulher que queria ser velha (rumoresdenuvens edições), um livro de ficção sobre um futuro possível para a nossa terra, escrito por António Costa, autor e professor de Cascais.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Abril adormecido em Cascais?


Uma visita aos burros do Pisão e a abertura do Estoril Open vão decorrer durante o 25 de Abril em Cascais. As celebrações da data histórica em que o País se livrou da ditadura não parecem fazer parte de nenhuma agenda oficial do executivo municipal. Sinal dos tempos?
Muitos dos actuais vereadores com pelouros atribuídos não seriam sequer nascidos à data dos acontecimentos. Seria, no entanto, interessante conhecer o paradeiro dos maiores de 41 anos por altura da Revolução dos Cravos, incluindo os eleitos pela oposição.
Será difícil resistir à tentação de assistir ao Estoril Open no sábado, ou mesmo visitar o Pisão e os seus lanudos no mesmo dia. Mas quanto tempo dedicarão realmente os políticos eleitos em Cascais a celebrar o dia que se tornou o símbolo da Liberdade em Portugal? Quantos continuam a crer nos ideais de Abril e quantos se empenham verdadeiramente neles?
Da fama de terra de tias e tios já Cascais não se livra. Apesar do empenhamento em se manter como a região com maior qualidade de vida do País, que papel desempenham as "amplas liberdades democráticas" em tão ostentada exigência?
Venha pois daí a incontornável pergunta, que quase estranhamente soa nos dias de hoje: onde estava no 25 de Abril de 1974?
E que memórias lhe traz, que ideais lhe recorda? Celebra o dia ou aproveita para o passar na praia ou em frente à televisão?
De fora fica a questão de se acreditar ou não num estado social capaz de garantir os direitos básicos de todos os cidadãos, assim como na capacidade dos eleitos de efectivamente defenderem os seus eleitores...
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segunda-feira, 20 de abril de 2015

Buracos: em quantos acerta?

O desprevenido automobilista que se lembre de circular da rotunda da Torre até à rotunda do MacDonalds, em Birre, vê-se metido numa prova de obstáculos criada pelos buracos dos bueiros. Entre ocupar a faixa contrária ou atirar o carro para cima do passeio, várias possibilidades se configuram, nenhuma delas consentânea com uma condução segura.
Na avenida Infante D. Henrique, a tarefa também não é fácil, em nenhum dos dois sentidos, especialmente quando se circula do supermercado Saco para a Joaquim Ereira, onde há anos o alcatrão à volta uma tampa de saneamento é uma ratoeira para qualquer roda ou eixo de veículo motorizado.
A calçada que vai da rotunda do jardim Visconde da Luz até à Baía é o mais fino exemplo do estado de conservação das ruas de Cascais. Seria até possível cobrar bilhetes para aquele troço, à semelhança do que se faz nas montanhas-russas montadas nas feirinhas populares que proliferam pelo país.
A marginal, em frente ao Estoril, também não escapa aos buracos permanentes, assim como algumas das artérias mais concorridas do concelho, no Bairro do Rosário, na Torre, em Birre, no Cobre, na Pampilheira, no Bairro das Caixas, na Jaime Thompson, junto ao Tribunal (ao acesso deste para a rua é francamente exemplar e indescritível).
Pode afirmar-se com alguma segurança que a edilidade confia à Nossa Senhora dos Navegantes o desfecho possível da circulação rodoviária pelas ruas do concelho de muitos milhares de veículos, qualquer deles passível de sofrer graves danos devido ao péssimo estado de conservação das ruas.
Nem mesmo o afã eleitoral, que sempre faz cair alguma brita e alcatrão nos buracos, nos livra da possibilidade de acidentes mais ou menos graves quando se trata de conduzir em Cascais.
Não seria de pagar ligeiramente menos aos Anselmos Ralphs e às empresas gráficas que tão frequentemente desenham os logotipos da autarquia e investir um pouco mais na segurança de quem tem de cruzar as ruas do concelho mais chique de Portugal?
Já agora, convidamos os cidadãos locais a partilhar aqui os buracos que mais os atormentam sempre que saem de casa.

terça-feira, 14 de abril de 2015

corações que não batem


Foto MMF
A certa altura entenderam as finas cabeças dirigentes que o centro das cidades devia ser preservado, afastando-se dele o trânsito e aumentando taxas e estacionamentos pagos para que as pessoas entendessem, de uma vez por todas, que o que de bom ali existia tinha de ser apreciado e, como tal, o seu usufruto taxado de acordo com o seu valor.
Cascais, cujo centro foi até há apenas um par de décadas um coração palpitante onde todos se encontravam e trocavam utilidades várias, transformou-se numa área que ninguém, além de desprevenidos turistas, frequenta.
Um cidadão de Cascais desce e sobe a rua Direita, o Largo Camões, a Valbom ou o Visconde da Luz ocasionalmente, quando algo de premente a isso o obriga e, se tem a infelicidade de parar para um café, paga-o como se de um ignorante estrangeiro se tratasse.
O centro passou a ser um local em que os quarteirões se transformaram em gigantescas rotundas, com o trânsito a passar atabalhoadamente da entrada para a saída do burgo, sem muitas alternativas para parar ou estacionar, a menos que se tenha uma carteira cheia e capaz de assumir o pagamento mínimo de um carro parado nos locais de estacionamento que invadiram tudo, tornando impossível que uma rua tenha alguma vez dois sentidos.
Não se julgue, no entanto, que o centro melhorou exponencialmente com estas medidas, porque quem tenta por ali passar de carro vê-se em palpos de aranha para se desenvencilhar do trânsito, com um surpreendente número de carrinhas e camiões de descargas a dificultar a passagem a qualquer hora e em qualquer lugar.
As caravanas de autocarros turísticos que estacionam em todas as vias também são uma praga que, com certeza, merecia melhor solução do que ocupar a frente da baía e da Cidadela, ou outros locais com vista que deviam ser mantidos livres para usufruto de todos.
Não foram pensadas as melhores soluções para o centro histórico de Cascais e, surpreendentemente, o poder instituído e a oposição insistem, depois de provas dadas em contrário, que impedir um fluxo normal de cidadãos a essa área esvaziou-a de interesse, uma vez que não são os edifícios, as calçadas, as palmeiras e a beira-mar que fazem a beleza de um local, se não os seus observadores e a empatia que criam com os locais.
O centro de Cascais tornou-se, portanto, o Shopping Cascais, onde as pessoas estacionam de graça, fazem compras, tomam café, comem o que lhes apetece, passeiam sem torcer os tornozelos na calçada esburacada, pagam as suas contas e regressam a casa em segurança. Ou o espantoso Cascais Vila, casado com o tenebroso terminal de autocarros e a inexplicavelmente suja e insegura passagem subterrânea que vem da estação de comboios.
Quando impedidas de gozar de forma livre um local, as pessoas encontram outros e fazem muitos quilómetros para se afastarem do que as sufoca.
O centro histórico da vila mais bem cotada do País tornou-se numa passagem para turistas e carteiristas, estes últimos na sua condição oficial de delinquentes ou de policiadores do bem público maior, que já ninguém sabe exactamente o que é nem onde está, depois de curtas e inexplicáveis passagens por cofres públicos.
Tentar obrigar as pessoas a pagar por uma riqueza, uma beleza e uma história que são elas que fazem, enquanto observadoras e participantes desses fenómenos, é um conceito fútil e, portanto, destruidor.
O coração das cidades só bate através do coração dos seus cidadãos. Impedi-los de se sentirem bem e livres nos centros que eles criaram e a que deram vida é fazer fugir a alma de qualquer local.

segunda-feira, 16 de março de 2015

Arte post morten ou a arte do insucesso

Galeria do Casino Estoril: uma selecção no mínimo infeliz,
para um espaço onde já foi prestigiante expor

Diz acertadamente o ditado que ninguém é santo dentro de casa, mas há milagres cuja escassez é difícil de entender.  Como é o caso da Galeria de Arte do Casino Estoril, no badalado concelho de Cascais.
Terra de gente bem e de bem, com muitas qualidades justamente reivindicadas por todos os quadrantes políticos e sociais, morada de alguns dos maiores coleccionadores de arte particulares conhecidos, vê o seu panorama de artes plásticas confinado a uma única galeria comercial e a esporádicas iniciativas apoiadas ou negligenciadas pela edilidade local, conforme a direcção dos ventos que, como se sabe, são uma constante da região.
Já na referida galeria a constância é de diversa natureza. Há quarenta ou trinta décadas pouco abana ou agita as mostras de artes plásticas sob a égide do seu longevo director.
A insistência nos mesmos nomes e nos mesmos "salões", sem brisas refrescantes, faz-nos pensar em Arte post morten naquele espaço, onde a cada inauguração se enraiza o tédio e a convicção de que nada de novo ou interessante existe para mostrar nas artes deste concelho.
Até a disposição das obras parou no tempo e nos mesmos expositores, espartilhadas na falta de entusiasmo de quem decide como apresentar telas e esculturas no espaço.
A falta de paixão pela nobreza da arte e dos artistas é tão evidente que nem surpreende o trato fechado e quase hostil do director da galeria.
Haverá, com certeza, melhor destino para a cultura e os dinheiros a ela reservados, num futuro muito próximo e de acordo com as legítimas expectativas dos apreciadores de arte locais. E dos artistas da nossa terra, cujo trabalho merece galerias e galeristas à altura do seu trabalho.

David Bonsucesso

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Pedro Falcão/Simão Aranha

Simão do Santíssimo Sacramento Pedro Cotta Falcão Aranha de Sousa e Menezes - Pedro Falcão [1908-2000]
Nasceu em Cascais, em Maio de 1908, no seio de uma das famílias da nobreza da vila. Autor de  romances, peças de teatro, poesia e livros de história, cursou Belas Artes, participou como voluntário na Guerra Civil espanhola e frequentou a melhor sociedade da época, bem como os cafés da vila, onde era possível conversar com ele.
Escreveu, durante anos, animados folhetins para o jornal A Nossa Terra e, no final da vida publicou um projecto de reconversão da vila. Com arquitectos e engenheiros imaginou Cascais com a Ribeira das Vinhas aberta e navegável, barcos à vela a atravessar a vila e crianças a aprender a navegar na baixa da vila.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Lançamento na SMUP: 'Parede - a terra e as suas gentes' de José Pires de Lima


A SMUP (Sociedade Musical União Paredense) acolhe amanhã o lançamento dos dois volumes de Parede, a terra e as suas gentes, escrito e organizado por José Pires de Lima, que ali vive desde 1945. A obra, que resultou de sete anos de pesquisa e mais de nove mil e oitocentas horas de trabalho, é um documento detalhado de umas das zonas mais nobres do concelho de Cascais, com cerca de 1500 páginas com fotos, documentos e relatos recolhidos pelo autor.

'Parede, a terra e as suas gentes'
José Pires de Lima, o autor de Parede, a terra e as suas gentes
As imagens e os textos guiam os leitores pela história local, pelos ilustres filhos da terra e várias gerações de paredenses que beneficiaram de décadas de convivência comum. Mesmo assim, José Pires de Lima garante que metade está por contar.
Este trabalho não teria sido possível sem a ajuda de todos os que prestaram a identificar caras e locais nas fotografias, a lembrar nomes e histórias que de outra forma teriam ficado esquecidos, observa o autor. Pouca gente sabe, por exemplo, que havia aqui três hospitais e treze médicos a exercer para uma população de mil e quinhentas pessoas.
Nomes como João de Deus, Raul Lino e Reinaldo dos Santos surgem na obra a par de outros menos conhecidos, mas igualmente recordados pela sua dedicação à Parede e à actividade que ali desenvolveram. Desportistas, médicos, artistas e gente comum, como o homem do café, a Maria dos Bolos e o banheiro que acompanhou gerações de banhistas, são igualmente mencionados neste extenso trabalho que merece uma leitura atenta.
A Parede nasceu pela mão de três oficiais da Marinha: o comandante Azevedo Gomes, o almirante Almeida d'Eça e  o almirante Nunes da Mata, que era amigo do rei D. Carlos e que ia para as regatas num carro puxado por cavalos, ainda a Marginal não existia, diz José Pires de Lima. Mas também há histórias dramáticas, como a de um pescador que veio de Sesimbra numa chata, com dois filhos. Conto tudo isso nestes dois livros, graças ao material que me deram.
Vinte e duas pens, um disco externo e documentos originais constituem o espólio reunido para a realização deste trabalho. Os livros vão estar disponíveis ao preço de custo (30 euros cada volume), suportado pelo autor. 
Embora seja uma obra de referência para o concelho, não colheu atenção especial por parte da autarquia.
Em Junho, por ocasião da celebração dos 650 anos do concelho de Cascais, falei com o presidente, Carlos Carreiras, que disse que a obra ia ser apoiada por ser de prestígio para Cascais, conta o autor. Nunca mais disse nada e só recentemente, por insistência de um dos meus sobrinhos, fui a uma entrevista com o Miguel Pinto Luz, que me disse que a Câmara ficaria com cem livros. 
O lançamento, amanhã, será entre amigos e gentes da Parede, na sede da mais antiga entidade da terra, a SMUP, fundada em 1899 e a funcionar há 115 anos.

As histórias da Parede levaram sete anos a compilar e a organizar.